terça-feira, 22 de maio de 2012

Curiosidades curiosas 4: Frutas cítricas e sol



A maioria das pessoas provavelmente já ouviu que suco de frutas combinado com sol pode provocar queimaduras. De fato, isso realmente ocorre, o que enquadra esse fato nos conselhos populares que realmente tem base cientifica, e essa, em especial, é bem interessante.

O suco e principalmente a casca de todas as frutas cítricas possuem substâncias chamadas de  furanocumarinas, em especial a laranja e o limão. Essas substâncias atuam como um repelente e sua concentração varia de acordo com o exemplar da planta e a época do ano, sendo encontrada também em outras espécies de plantas.
Molécula de Psolaren, uma furanocumarina

As furanocumarinas são substâncias fototóxicas, ou seja, são tóxicas exclusivamente na presença de luz. Isso se deve a um fato muito peculiar das moléculas dessas substâncias: eleas absorvem a radiação solar (raios UVA e UVB), assim como ocorre no protetores solares. O problema é que, enquanto no protetor solar as substâncias absorvem a radiação solar e se desintegram, as furanocumarinas ficam do mesmo jeito e continuam absorvendo a radiação.

Assim, quando se expõe ao sol uma área da pele que entrou em contato com a casca e/ou o suco de laranja do de limão, os tecidos que foram molhados vão sendo danificados pela radiação "acumulada", originando uma mancha causada por queimadura química.

Queimaduras provocadas por suco de laranja e suco de limão:



Evitar  consumir o suco de laranja ou limão em praias, piscinas e outros locais onde se fica muito tempo em locais sem sombra é a principal forma de evitar queimaduras. Lavar as mãos depois de fazer suco dessas frutas, além de ser higiênico, também ajuda, principalmente se você for ficar algum tempo no sol depois disso.

Partindo do princípio de que você não sabia disso e se queimou, você deve:
1 - Evitar expor ao sol a área atingida pelos próximos, em média, dez dias, que é o tempo necessário para a mancha sair sozinha;
2 - Evitar passar coisas como pó de café e outros remédios caseiros, porque você pode piorar a situação;
Etc;

Vale lembrar que se a queimadura for muito "feia" ou atingir uma área relativamente grande, vá IMEDIATAMENTE para o hospital. Os profissionais são qualificados e vão lhe ajudar da melhor forma possível. E, embora não haja casos documentados de queimaduras realmente sérias por furanocumarinas (nem por queimaduras que atinjam grandes áreas nem por queimaduras de 2° ou 3° grau), é sempre bom ficar atento.

Mas não se deixe abater. Vivemos cercados por coisas potencialmente perigosas o tempo todo. Por isso não tema (nem trema) na próxima vez que lhe oferecerem um suco. Com cuidados simples você pode saborear à vontade seu suco de laranja ou limão.

POSTADO POR: João Otávio.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

 Mitos e verdades sobre o Eucalipto!


Eucalipto (do grego, eu + καλύπτω = "verdadeira cobertura") é a designação vulgar das várias espécies vegetais do género Eucalyptus.São, em termos gerais, árvores e, em alguns raros casos, arbustos, nativas da Oceania,ambas cultivadas em climas temperados, embora seja de origem tropical(Austrália).
A planta é usada hoje, principalmente, para infecções e problemas do peito. Seu óleo é ideal para esfregar no peito e para inalações no tratamento de toda a espécie de problemas respiratórios, é utilizado em óleos de massagem, é quente e calmante para dores reumáticas.
Porém, o que pretendo retratar aqui são os mitos e verdades que existem sobre esta espécie,confira:

  1. O eucalipto seca o solo?
Não. Ele retém menos água que as matas nativas que tem as copas maiores, permite que a água chegue ao solo mais rapidamente por ter menos folhagem, que também diminui a evaporação pra atmosfera, tem uma capacidade de absorver mais água na época das chuvas e menos na época da seca, suas raízes não ultrapassam dois metros e meio, portanto não chegam aos lençóis freáticos e consome bem menos água que uma plantação de cana-de-açúcar, de café, de soja, de arroz até da carne de frango e da carne de boi.

Estudos recentes revelam que o eucalipto é muito eficiente no aproveitamento da água. Enquanto um litro produz 2,9 gramas de madeira, a mesma quantidade de água produz apenas 1,8 gramas de açúcar, 0,9 gramas de grãos de trigo e 0,5 gramas de grãos de feijão.

  1. O eucalipto empobrece o solo?
Não. Pois quase tudo que ele retira ele devolve. Após a colheita, cascas, folhas e galhos que possuem 70 por cento de nutrientes da árvore, permanecem no local e incorporam-se ao solo como matéria orgânica, além de contribuir para o controle da erosão.

  1. O eucalipto gera um deserto verde?
Também não. Por ter de deixar parte da área da propriedade para reserva legal e área de proteção permanente, o eucalipto e os sub-bosques formam um corredor para áreas de preservação e criam um habitat para a fauna, oferecendo condições de abrigo, de alimentação e mesmo de reprodução como demonstram alguns estudos.

Ao contrário destas “afirmações falsas”, o eucalipto, cultivado de forma adequada, gera tanto benefícios como outro empreendimento rural, a começar pelo grande número de empregos diretos e indiretos que gera tanto nos viveiros como na implantação e manutenção das florestas. Além disso, gera recolhimento de impostos, investimentos em infra-estrutura, consumo de bens de produção local, fomento a diversos tipos de novos negócios e iniciativas na área social como a construção de casas, postos de saúde e escolas.

Somado a todas estas informações é bom sempre lembrar que um hectare de eucalipto consome 10 toneladas de carbono da atmosfera por ano, contribuindo para a diminuição da poluição, o aquecimento global e combatendo o efeito estufa. Em resumo, mais do que ser um negócio rentável e produtivo, as plantações de eucalipto têm cumprido seu papel fundamental de reduzir a pressão sobre as matas nativas, ainda muito usadas no consumo de carvão vegetal, móveis e madeira sólida. 

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Curiosidades curiosas 3: Ginkgo Biloba e os Paleoclimas

Alameda de Ginkgo Biloba no Japão durante o outono.
            A Ginkgo Biloba (Ginkgo biloba) é uma gimnosperma simbolo de paz e longevidade. É um espécie caducifólia  que atinge de 20 a 35 metros de altura. Suas folhas tem um formato bilobado (daí o nome Biloba).
            Atualmente é a única representante do gênero Ginkgo.
É natural da China, sendo encontrada atualmente em vários países, principalmente no Japão, devido a sua beleza e a sua grande capacidade de adaptação.
           Também recebe os nomes de Nogueira-do-Japão, Árvore-avenca, ou apenas Ginkgo, dependendo do lugar.
          Tal espécie é considerada, assim como várias outras espécies de animais e vegetais, um fóssil vivo. Isso porque ela apresenta uma característica bastante peculiar em relação ao processo evolutivo: durante os últimos 150 milhões de anos, a morfologia da Ginkgo Biloba mudou pouco ou quase nada.
           Comparando a morfologia das folhas de exemplares atuais com fósseis fica bem claro a falta de mudanças:
Foto de folha de Gingko

Fóssil de folha de Ginkgo

              Pode não parecer, mas a Ginkgo Biloba é uma das formas que os cientistas têm de estudas climas de milhares de anos, os Paleoclimas. Isso se deve porque descobriu-se que o número de estômatos  presentes nas folhas ao longo das gerações de uma espécie de planta varia de acordo com a concentração de gás carbônico (CO2) presente na atmosfera no período.
Estômato visto com microscópio de varredura.
              Essa relação é bem simples: sendo o estômato a "porta" para trocas gasosas  na folha, quando o ar está saturado de CO2  (causando aumento da temperatura média global) as plantas precisam de menos estômatos para captar esse gás carbônico. 
             O inverso ocorre quando há pouco CO2 na atmosfera (diminuição da temperatura média): as plantas precisam de mais estômatos para captar esse gás.
             Além disso, como o excesso de gás carbônico aumenta a temperatura média, as plantas também reduzem o número de estômatos a fim de diminuir o gasto de água, perdida durante a abartura dessas estruturas
           O estudo do número de estômatos de fósseis de Ginkgo Biloba é um dos muitos caminhos que, trilhados corretamente e aliados a outros caminhos (como análises de: fósseis em geral, sedimentos no solo, rochas e etc), permitem que os cientistas possam compreender melhor como o clima funcionou ao longo da história da Terra e como ele poderá se comportar um futuro próximo com mais exatidão, a fim de evitar catátrofes.

POSTADO POR: João Otávio

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Maior Cajueiro do Mundo

No município de Parnamirim, no Rio Grande do Norte, estado do nordeste do Brasil, localiza-se uma árvore gigantesca, chamada de cajueiro de Pirangi. O maior Cajueiro do mundo ocupa uma área de 8500 m², que é equivalente à de 70 cajueiros de tamanho normal. Seu perímetro aproxima-se de 500 m. A árvore produz, por safra, cerca de 80 mil cajus, o que chega a pesar 2,5 t. Estima-se que a árvore tenha aproximadamente 125 anos de idade e suas raízes alcançam até 25 m de profundidade.

Tronco principal (Foto de Lais Reis)

Seu crescimento atípico é explicado pela conjunção de duas anomalias genéticas. A primeira diz respeito ao crescimento dos galhos. O normal de um tronco é ter suas ramificações crescendo para cima, contudo, no Cajueiro do RN, os galhos crescem para os lados, até que seu peso fazem-nos curvarem-se e eles chegam a tocar o solo.  A outra anomalia é uma consequência da primeira, pois, ao tocarem os solos, os galhos criam raízes e crescem novamente, aparentando ser outra planta.

Entretanto, existem apenas dois Cajueiros. O que possui tais características fitoteratológicas* e ocupa cerca de 95% da área; e um menor que não possui qualquer falha genética e foi plantando anos antes.

O tronco principal possui cinco ramificações, das quais quatro sofreram a alteração, criando raízes e troncos.



Cajueiro invadindo a rua em Parnamirim

Atualmente, existe uma discordância entre os cidadãos potiguares sobre a manutenção do Cajueiro. Alguns defendem que ele deve ser podado para fins de melhorar a transação na Rota Sul (um dos acessos ao litoral), pois o Cajueiro já tomou tamanha proporção que chegou a invadir a rua e congestionar o trânsito local. Outra razão é o receio que os moradores adjacentes têm que a árvore invada suas residências.

Por outro lado, há pessoas que são contra a poda da planta por ele ser um ponto turístico e um patrimônio natural. Além disso, alguns acreditam que se o Cajueiro for podado,  ele poderia morrer.
 
Dados morfológicos do Anarcadium occidentale:
Fruto (castanha) e pseudofruto (caju) do cajueiro
O Cajueiro apresenta raiz do tipo pivotante, ou seja, há uma raiz principal e ramificações secundárias; são responsáveis pela fixação e absorção de substâncias. O caule é um tronco lenhoso, com resina e tanino. Suas folhas possuem forma oblonga ovada, já suas flores são pequenas e de coloração lilás. O fruto é a castanha, e o caju é um pseudofruto com polpa comestível e suculenta. A semente, por sua vez, é rica em óleos e gorduras e é muito apreciada pelo seu sabor e valor energético.








Visão panorâmica do Cajueiro
Curiosidades:
-O maior Cajueiro do mundo foi registrado no Guiness Book no ano de 1994;
-Alguns contam que a árvore foi plantada por um pescador chamado Luís Inácio de Oliveira;
-Antigamente, ele fazia parte da propriedade do Sr. Sylvio Pedrosa, ex-prefeito de Natal, que posteriormente o doou para o Governo do Estado;
-Existe um mirante na região que é  muito frequentado por turistas e dele é possível ter uma visão panorâmica do Cajueiro.


*fitoteratológica: fito (planta), terato (monstruosidade), lógica (estudo).


POSTADO POR: Rianne