domingo, 29 de abril de 2012

Curiosidades curiosas - 2

Ainda em relação a mecanismos de defesa, as plantas podem ter defesas mecânicas ou químicas, dependendo do animal predador:


Mecanismos mecânicos:

1 - Produção de resinas ou muco, de modo a desestimular a alimentação;

Lagarta da borboleta Danaus chrysippus sobre uma folha de uma planta do gênero Calotropis. Se a lagarta morder o vaso condutor principal (área rosada) ou nas imediações sem ter tomado os devidos cuidados, uma grande quantidade da seiva viscosa será expelida, prendendo e matando o animal.
Espinhos em um roseira (Rosa spp).








2 - Mudarem  a estrutura das folhas, dos frutos dos galhos e do caule, tornando as folhas lisas, cheias de vilosidades e de tricomas (espécie de pelos); formando camadas rígidas na casca do fruto; fabricando espinhos nos galhos; tornando o caule longo e liso; etc.





3 - Fechar-se ao menor toque, como ocorre com a Dormideira (Mimosa pudica), ficando com uma aparência murcha que desestimula a alimentação;


4 - Imitar a aparência de estruturas, como ovos de insetos nas folhas, para desestimulas a postura de ovos nas mesmas, e assim, evitar a perda de folhas. Essa prática ocorre, por exemplo, com as plantas do gênero Passiflora, mais conhecidas pelo seu fruto, o maracujá.

5 - Promover relações de mutualismo, oferecendo abrigo ou alimento a animais que as ajudem a afastar predadores.

arbusto Acacia collinsii possui espinhos com base oca e dilatada, que serve como abrigo para formigas e secreta em suas flores um néctar que também atrai formigas.







6 - Perder suas folhas: seja devido ao clima, seja devido a proximidade com o período de migração, algumas espécies de plantas costumam perder suas folhas, evitando assim a alimentação de animais herbívoros e manutenção do seu próprio metabolismo em tempos de escassez, como o inverno nas áreas temperadas e os períodos secos em área semi-desérticas.

Mecanismos químicos:

Atuam a partir do acúmulo de substâncias que não estão envolvidas nas atividades metabólicas essenciais para a fotossíntese. Esses compostos podem ser:

1 - Compostos Qualitativos, presentes em pequenas quantidades na planta, geralmente nas folhas e na flores. Seus efeitos são os mesmos, independente da dose ingerida.

2 - Compostos Quantitativos, com altas concentrações nas folhas e nas flores. Geralmente atuam reduzindo   a digestão do tecido vegetal, dificultando a absorção de nutrientes pelo animal. Quanto maior a dose, mais forte é o efeito desses compostos.

Os efeitos causados por essas substâncias podem ser absolutamente inocentes ou até mortais. Dá pra se ter uma ideia apenas comparando a atuação de diferentes substâncias em diferentes plantas:

Enquanto que no Caquizeiro (Diospyros kaki) o composto químico tanino deixa um sabor amargo e adstringente no fruto (chamado de caqui) ainda verde, a  ingestão das folhas ou das flores da Dedaleira (Digitalis purpurea) pode causar náusea, vômito, alucinações, convulsões e até a morte, dependendo da quantidade ingerida. Isso se deve à presença de várias substâncias que afetam o funcionamento do coração.
                                                                  
 Dedaleira com flores
Caquizeiro com frutos ainda verdes

















Vale lembrar que tais compostos não causam apenas efeitos maléficos: alguns compostos, na dose certa ou após a combinação com outras substâncias, viram potentes e importantes remédios, diariamente usados por milhares de pessoas. As próprias substâncias presentes na Dedaleira que podem levar a pessoa a morte, na dose certa, atuam como remédio para males do coração.

POSTADO POR: João Otávio

sábado, 28 de abril de 2012

Curiosidades curiosas - 1: Pimenta

As plantas desenvolverem diversos mecanismos de defesa, não só contra animais ou agentes externos (como vento e água) que ameacem seu corpo, mas também àqueles que interfiram nos seus meios reprodutivos.


Um clássico exemplo é a pimenteira, nome atribuído a várias espécies de plantas, a maioria pertencendo aos gêneros PiperPimenta ou Capsicum.
A sensação ardida e quente que temos ao comer algo com pimenta ou mesmo passar seu sumo na nossa pele se deve à presença da Capsaicina, uma substância presente nos frutos dessas plantas, as pimentas.
Isso acontece porque essas plantas, ao longo da evolução, desenvolveram frutos destinados especificamente a serem dispersados por aves.
Uma vez que os mamíferos não conseguem espalhar sementes por uma grande área, as pimenteiras passaram a desenvolver as pimentas cheias de Capsaicina, que provoca uma sensação de intensa queimação e ardor ao entrar em contato com o tecido de mamíferos, mas age apenas como uma sensação analgésica nas aves.

É interessante ver como as mais variadas espécies de plantas desenvolvem os mais variados tipos de mecanismos a fim de favorecerem sua sobrevivência e sua reprodução.






POSTADO POR: João Otávio

Um breve resumo

As plantas são organismos multicelulares e autotróficos fotossintetizantes, com várias formas. Suas células possuem um vacúolo digestivo, onde é armazenado  alguns resíduos, parede celular e cloroplasto com clorofila A e B. De maneira geral, elas possuem: raiz, com função de sustentação, absorção de nutrientes e retenção de substâncias; caule, com função de sustentação da copa da árvore; folha, com função de fazer fotossíntese; flor, reprodução da planta; fruto, proteção e dispersão das sementes; e semente, cuja função é proteger o embrião. 
As plantas ao longo de sua trajetória evoluíram muito para chegar o que são hoje: em termos gerais, saíram de pequenas briófitas para as grandes angiospermas, passando pelas pteridófitas e gimnospermas.
As primeiras plantas se reúnem no filo das briófitas, plantas de pequeno porte, avasculares, vivendo em locais sombreados. Possuem rizoide, cauloide e filoides que desempenham os papeis, respectivamente, da raiz, caule e folha. Sua reprodução pode ser sexuada e/ou assexuada e possui  dependência de água para que ocorra a fecundação. Esse grupo reúne todos os musgos e as hepáticas.
Marchantia pollmorpha, uma hepática:

Sphagnum tenellum, um musgo:

Após as briófitas surgem as pteridófitas, que são as primeiras plantas vasculares, mas ainda sem sementes. Também são o primeiro grupo a possuir caule, folha e raiz. Sua reprodução é sexuada e ainda possui dependência de água para ocorrer a fecundação. Esse grupo reúne todas as samambaias  e avencas.
Avenca - Adiantum capillus-veneris


Xaxim - Dicksonia sellowiana

Depois das pteridófitas ocorre o surgimento das gimnospermas. Plantas vasculares (tendo vasos condutores diferenciados) com semente e sem fruto, com órgãos reprodutores (os estróbilos), que funcionam como flores primitivas. O surgimento do grão de pólen, como gameta masculino, fez as plantas pararem de depender da água para a fecundação, e assim, conquistarem ambientes mais amplos e diferenciados. Esse grupo reúne todos os pinheiros.


Cipreste - Cupressus sempervirens L.


Ginkgo biloba

E por ultimo as angiospermas, plantas vasculares com semente e fruto. Nelas houve a manutenção dos vasos diferenciados, surgimento da flor como órgão reprodutor e do fruto para guardar e dispersar as sementes e uma maior produção de carboidratos (fator importante para o surgimento da vida na terra). Esse grupo é o mais amplo, reunindo as outras espécies de plantas.


Mamona - Ricinus communis L.


Abacaxi - Ananas cosmosus




POSTADO POR: Matheus Cavalcante

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Postagens

A partir de amanhã, 28/04/12, postagens serão feitas mais ou menos semanalmente. Esse blog é dedicado ao estudo da botância, e abordaremos vários assuntos a respeito desse tema.