Mecanismos mecânicos:
1 - Produção de resinas ou muco, de modo a desestimular a alimentação;
Lagarta da borboleta Danaus chrysippus sobre uma folha de uma planta do gênero Calotropis. Se a lagarta morder o vaso condutor principal (área rosada) ou nas imediações sem ter tomado os devidos cuidados, uma grande quantidade da seiva viscosa será expelida, prendendo e matando o animal.
Espinhos em um roseira (Rosa spp). |
2 - Mudarem a estrutura das folhas, dos frutos dos galhos e do caule, tornando as folhas lisas, cheias de vilosidades e de tricomas (espécie de pelos); formando camadas rígidas na casca do fruto; fabricando espinhos nos galhos; tornando o caule longo e liso; etc.
3 - Fechar-se ao menor toque, como ocorre com a Dormideira (Mimosa pudica), ficando com uma aparência murcha que desestimula a alimentação;
4 - Imitar a aparência de estruturas, como ovos de insetos nas folhas, para desestimulas a postura de ovos nas mesmas, e assim, evitar a perda de folhas. Essa prática ocorre, por exemplo, com as plantas do gênero Passiflora, mais conhecidas pelo seu fruto, o maracujá.
5 - Promover relações de mutualismo, oferecendo abrigo ou alimento a animais que as ajudem a afastar predadores.
O arbusto Acacia collinsii possui espinhos com base oca e dilatada, que serve como abrigo para formigas e secreta em suas flores um néctar que também atrai formigas.
6 - Perder suas folhas: seja devido ao clima, seja devido a proximidade com o período de migração, algumas espécies de plantas costumam perder suas folhas, evitando assim a alimentação de animais herbívoros e manutenção do seu próprio metabolismo em tempos de escassez, como o inverno nas áreas temperadas e os períodos secos em área semi-desérticas.
Mecanismos químicos:
Atuam a partir do acúmulo de substâncias que não estão envolvidas nas atividades metabólicas essenciais para a fotossíntese. Esses compostos podem ser:
1 - Compostos Qualitativos, presentes em pequenas quantidades na planta, geralmente nas folhas e na flores. Seus efeitos são os mesmos, independente da dose ingerida.
2 - Compostos Quantitativos, com altas concentrações nas folhas e nas flores. Geralmente atuam reduzindo a digestão do tecido vegetal, dificultando a absorção de nutrientes pelo animal. Quanto maior a dose, mais forte é o efeito desses compostos.
Os efeitos causados por essas substâncias podem ser absolutamente inocentes ou até mortais. Dá pra se ter uma ideia apenas comparando a atuação de diferentes substâncias em diferentes plantas:
Enquanto que no Caquizeiro (Diospyros kaki) o composto químico tanino deixa um sabor amargo e adstringente no fruto (chamado de caqui) ainda verde, a ingestão das folhas ou das flores da Dedaleira (Digitalis purpurea) pode causar náusea, vômito, alucinações, convulsões e até a morte, dependendo da quantidade ingerida. Isso se deve à presença de várias substâncias que afetam o funcionamento do coração.
Dedaleira com flores |
Caquizeiro com frutos ainda verdes |
Vale lembrar que tais compostos não causam apenas efeitos maléficos: alguns compostos, na dose certa ou após a combinação com outras substâncias, viram potentes e importantes remédios, diariamente usados por milhares de pessoas. As próprias substâncias presentes na Dedaleira que podem levar a pessoa a morte, na dose certa, atuam como remédio para males do coração.
POSTADO POR: João Otávio
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